Antes de mais nada


29 de abr. de 2011

Sem Sentido, Porém Sentido.

Acontece que eu me acho insano o suficiente não para ser compreendido,
até porque minhas idéias são muitos simples e lógicas, mas para ser aceito.
Talvez nem mesmo "aceito" seria a palavra certa... quem sabe "levado à sério".

Tenho idéias mirabolantes, únicas e geniais, mas geralmente não consigo
tirá-las do papel por uma falta de motivação externa,
uma cara à mais para dar à tapa na linha de frente.

Tenho a sede de conhecer o mundo, desvendar seus mistérios,
colocar em prática tudo o que aprendo, passar isso para as pessoas...
Queremos o mundo, e o queremos agora.

Queremos... quem?
Quem são os que se encaixam nessa primeira pessoa do plural,
que vive omitida, dando a impressão de que é usada apenas para
disfarçar a solidão que se sente por pensar dessa maneira?

As pessoas dizem se permitir, aproveitar o dia, viver o agora,
que são o que são e não se importam com o que o resto da civilização pensa...
Eu devo ser o Stevie Wonder dos filósofos, porque não ando vendo muito disso.
Posso afirmar, envergonhado, que até mesmo eu, que sou um defensor ferrenho,
não consigo me permitir de tal maneira, livre de qualquer amarra.

Hipocrisia então?
Daria para dispensar o termo caso houvesse a intenção da mudança?

Deixo a pergunta registrada, mas com uma quase certeza triste de
que ninguém ouvirá a súplica, o pedido de socorro de uma alma
solitária que quer nada mais do que uma cabeça pensante
compartilhando das horas que se arrastam sem destino,
alguém com a mesma vontade, a mesma energia,
o mesmo entusiasmo, esse que transborda
em vão, junto com todas essas palavras.

28 de abr. de 2011

Nada Notório

Será que estou confundindo o fundo do poço 
com o completo conhecimento?

Ou será que eles simplesmente 
são a mesma coisa?

18 de abr. de 2011

O Doce e o Amargo

Quem penso ser eu, tolo,
capaz de turvar a tristesa,
ora que sem o espinho
rosa nenhuma é completa?

8 de abr. de 2011

M is for Murder

Sozinha no escuro, frio, ela se pergunta onde está.
Antes que possa pensar em qualquer resposta, ela sente
o movimento mecânico do seu destino já traçado...

O cheiro da intenção, luz, calor, intensidade.
As coisas acontecem rápido demais,
tudo incompreensível, fulgaz.

Um cabelo despenteado, cheiro de cigarro, pele.
Enfim, penetra a barreira dos pensamentos,
descobre desejos escondidos
no âmago do sofrimento.

Vazio, alívio,
vago olhar.

Percebe então que o fim chegou para sí,
percebe então que o fim chegou para ambos.

Agora ela sente o que realmente é,
na cama, no sangue que escorre pela face.

Aquilo que não tem um nome

Chamaria de platônico se não desejasse,
socrático se não te queresse.

Chamaria de romântico, passional se fosse um crime,
intencional se não fosse desmedido,
irracional se não fosse sóbrio.

Poderia chamar de natural, mas a pupila ainda dilata,
quem sabe banal se não me contesse.

Acontece que chamar de impossível não me agrada,
e chamar de utopia, quem sabe seria irreal.

Chamaria de eterno se não bastasse,
de infinito se não houvesse um começo.

Ousaria chamar até mesmo perfeito,
se isso não tanto te limitasse.

...amar-te

Intocável,
enquanto meu desejo segue
a meio caminho por segundo
nessa busca infinita.

Atemporal, 

enquanto os ponteiros
rasgam a esperança que 

tarda a surtir efeito.

Surreal, 

enquanto a realidade bate à porta,
mostra distância, mostra discrença,
mostra, diz, pensa.

Impossível, 

enquanto tento provar que 
é impossível, e que posso fazer
o que ainda ninguém tentou...